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O que é o suicídio?

O suicídio é a morte de alguém como resultado de um ato intencional para pôr termo à sua própria vida. Quando alguém põe termo à sua própria vida, dizemos que “morreu por suicídio”.

Vale a pena lembrar que este é um tipo de morte evitável e toda a comunidade pode contribuir para ajudar alguém que esteja em risco.

O suicídio é um problema de saúde pública?

Sim. O suicídio e as tentativas de suicídio são problemas de saúde pública em todo o mundo, com impacto nas famílias, mas também na sua comunidade e na sociedade.

Estima-se que em Portugal morram, por dia, cerca de três pessoas por suicídio.

Quais são os sinais de alarme?

Em situações graves, as pessoas em risco de suicídio têm alterações do seu comportamento habitual, mesmo que não se apercebam disso. Esses sinais de alarme são geralmente percetíveis e são uma oportunidade para oferecer ajuda.

A presença de um ou mais destes sinais não implica que a pessoa pretende suicidar-se: a única forma de ter a certeza é perguntando.

Esteja atento aos seguintes sinais de alarme, comuns numa pessoa em risco de suicídio:

  • tem dificuldades de concentração
  • diz que não tem esperança no futuro
  • anda mais isolada
  • irrita-se com frequência ou tem variações de humor extremas
  • tem constantes alterações do apetite
  • dorme muito ou muito pouco
  • consome álcool ou drogas
  • fala sobre querer morrer ou querer matar-se
  • age de forma ansiosa, agitada ou imprudente, sem pensar nas consequências das suas ações
  • diz que se sente um fardo para os outros ou que se sente culpada
  • não vê solução para os problemas ou sente-se encurralada
  • perdeu o interesse pela própria aparência
  • perdeu o interesse pelas atividades habituais (trabalho, escola, atividades sociais, desporto…)
  • procura ou já procurou formas de se matar
  • doou recentemente bens pessoais significativos
  • sofreu uma perda marcante recente (morte de um ente querido, desemprego, perda económico ou de estatuto social)
  • organiza a vida e prepara o momento da morte (guardou dinheiro para o funeral ou escreveu um testamento)

Existem fatores que aumentam o risco de suicídio?

Sim. Algumas características e contextos de vida podem estar associadas ao aumento de risco de suicídio, tais como:

  • ser homem
  • ter mais de 45 anos
  • ter pensamentos ou planos de suicídio
  • ter acesso facilitado a meios para se magoar
  • ter já tentado o suicídio
  • conhecer alguém que se tenha suicidado
  • estar isolado/não ter uma rede de suporte
  • ter doença mental
  • ser impulsivo/ter tendência para agir sem pensar
  • ser viúvo, divorciado ou solteiro
  • abusar de álcool e/ou drogas
  • ter uma doença grave ou limitativa
  • não ter esperança no futuro

Uma pessoa que já tentou o suicídio pode tentar novamente?

Sim. As pessoas com história prévia de tentativa de suicídio apresentam um maior risco de suicídio.

No pós alta de um internamento por comportamentos suicidários ou doença mental grave é importante que a pessoa continue a ser devidamente acompanha, pois é um período de risco acrescido.

Os problemas de saúde mental aumentam o risco de suicídio?

Sim. Cerca de 90% dos casos de suicídio têm história psiquiátrica prévia, nomeadamente:

Por isso, é importante acompanhar pessoas que vivam com estas doenças para que o risco seja diminuído.

A incidência do suicídio nos homens é maior do que nas mulheres?

Sim. Os homens morrem mais por suicídio do que as mulheres. No entanto, as mulheres tentam o suicídio três vezes mais que os homens.

Tal pode dever-se ao facto de os homens usarem meios mais letais de suicídio e de, por norma, estarem envolvidos em formas de comportamento mais agressivas e violentas.

Existem fatores de proteção do suicídio?

Sim. Em oposição aos fatores de risco, os fatores de proteção são as características e comportamentos que ajudam a reduzir o risco de suicídio. Assim, pode ser protetor ter:

  • um bom apoio e suporte familiar, de amigos e colegas
  • capacidade de resolver problemas e adaptar-se à mudança
  • boa autoestima, planos para o futuro e satisfação com a vida
  • sentido de responsabilidade pela família e animais de estimação, entre outros
  • crenças religiosas, culturais ou morais que desencorajam o suicídio
  • acesso limitado a materiais que possam magoar
  • acesso a serviços de saúde, de educação e sociais
  • eventuais problemas de saúde mental identificados desde cedo e com o acompanhamento e tratamento adequados

O suicídio é sempre um ato impulsivo?

Não. Muitas pessoas tiveram pensamentos de suicídio e planearam o ato antes de se suicidarem.

Porque é que as pessoas não pedem ajuda?

As pessoas que pensam no suicídio têm provavelmente sentimentos intensos de solidão, incompreensão e desesperança. Perante estes sentimentos, pode haver vários motivos pelos quais não pedem ajuda, como por exemplo o receio de:

  • serem julgadas
  • de não ser encaradas com seriedade
  • preocupar os outros
  • achar que não vão ser compreendidas
  • serem alvos de preconceito

Como posso ajudar alguém em risco de suicídio?

Todos podemos ajudar alguém em risco de suicídio. Para isso, é importante:

  • reconhecer os sinais de alarme
  • encarar os pedidos de ajuda com seriedade
  • saber ouvir atentamente a pessoa em risco, sem fazer juízos de valor
  • não desvalorizar ou minimizar os sentimentos do outro
  • perguntar diretamente sobre pensamentos de suicídio
  • encorajar a procura de ajuda profissional
  • em caso de risco de vida, pedir ajuda imediata através da linha 112 do INEM

Devo encarar com seriedade alguém que fala abertamente sobre suicidar-se? Ou pode ser manipulação?

Muitas pessoas que pensam suicidar-se comunicam previamente essa intenção. Por isso, deve encarar com seriedade todas as conversas nesse sentido e não assumir os pedidos de ajuda como manipulação ou chamadas de atenção.

Muitas vezes, essa conversa é uma forma de lutar contra a ideia do suicídio e o momento certo para encorajar a pessoa em risco a pedir ajuda.

Se alguém transmitir sinais de alerta, devo perguntar diretamente se pensa em suicidar-se?

Sim. Se alguém transmite sinais de alerta pode perguntar-lhe diretamente se pensa suicidar-se. Para além disso, deve encorajar a pessoa em risco a pedir ajuda.

Falar sobre suicídio encoraja o ato?

Não, não se incentiva o suicídio por se falar com alguém sobre o assunto. Falar sobre o estado emocional da pessoa é importante para reduzir da ideação suicida, aliviar os sentimentos que estão a causar sofrimento e ajudar a procurar ajuda profissional.

O que é um suicídio por contágio?

O suicídio por contágio (copycat suicide) é o fenómeno que ocorre após exposição ao suicídio ou comportamentos suicidários dentro de uma família, grupo de pares ou através de relatos de suicídio na comunicação social. Isto pode resultar num aumento do número de casos de suicídio e comportamento suicidários.

Foi demonstrado que a exposição direta ou indireta a comportamentos suicidários resulta num aumento destes comportamentos em pessoas com risco de suicídio, especialmente adolescentes e adultos jovens.

Por isso, sempre que se falar publicamente de suicídio deve apelar-se à prevenção e esclarecer os fatores de risco e as formas de pedir ajuda. É importante que a informação transmitida não seja sensacionalista e que evite ser demasiado gráfica ou detalhada quanto à descrição dos métodos utilizados para causar a morte.

Tenho pensamentos de suicídio. Onde posso pedir ajuda?

Os pensamentos de suicídio podem afetar qualquer pessoa, de qualquer idade ou género e em qualquer momento. Se tem ideias de suicídio é provável que exista uma sensação de desesperança e inutilidade há algum tempo. Pode não saber o que provocou estas ideias. Habitualmente é uma combinação de fatores e pode não haver uma causa evidente.

É natural que sinta que não há nada a fazer. Não é verdade. Tem a quem pedir ajuda.

Se tem pensamentos de suicídio ou pretende ajudar alguém pode contactar:

 

Fonte: Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental (CNPSM)

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