O que é a osteoporose?
A osteoporose é uma doença crónica progressiva caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea responsável pela resistência e solidez da generalidade do esqueleto. A perda de densidade provoca um aumento da fragilidade óssea, alteração da microestrutura óssea e, consequentemente, aumento do risco de fratura.
Qual o impacto desta doença na vida dos doentes?
Esta doença pode ser extremamente incapacitante, principalmente quando há fraturas. Para além disso, está associada a um risco aumentado de mortalidade, devido às complicações que ocorrem devido às fraturas.
Quais são as causas da osteoporose?
A osteoporose ocorre quando a regeneração dos ossos deixa de acompanhar a sua degradação. Os poros do interior dos ossos aumentam, ficam com menos minerais, logo ficam mais frágeis.
Assim, as causas da osteoporose são multifatoriais, ou seja, devem-se a diferentes fatores, dependendo do tipo de osteoporose.
Existem diferentes tipos de osteoporose?
Sim. Existem diferentes tipos de osteoporose – primária ou secundária -, conforme a sua causa:
- primária: osteoporose cujas fraturas ocorrem em consequência da perda óssea associada ao envelhecimento. É mais frequente nas mulheres pós-menopausa (tipo I) e em mulheres e homens com mais de 70 anos, devido ao envelhecimento (tipo II)
- secundária: este tipo de osteoporose ocorre devido a outras condições médicas, como doenças crónicas ou uso prolongado de medicação.
Existe ainda a osteoporose cuja causa é desconhecida, a que se designa de osteoporose idiopática (sem origem conhecida).
Quais são os fatores de risco para desenvolver esta doença?
Existem vários fatores que podem aumentar o risco da doença, nomeadamente:
- menopausa e alterações hormonais que ocorrem nas mulheres
- avançar da idade, quanto maior a idade maior é o risco
- história de:
- osteoporose na família ou história de pais com fratura da anca
- fraturas anteriores em idade adulta
- tratamentos com doses elevadas, ou prolongado, com corticoides por mais de 3 meses de duração
- défice de cálcio e vitamina D
- baixo Índice de Massa Corporal (IMC)
- hábitos de vida não saudáveis, como:
- tabagismo
- consumo excessivo de álcool
- sedentarismo
Podem ainda ser fatores de risco para a osteoporose a presença de outras doenças, como:
- artrite reumatoide
- doença inflamatória do intestino
- doença celíaca
- diabetes
- anorexia nervosa
- demência
- cancro
- hiperparatiroidismo (doença que altera o metabolismo do cálcio, principalmente na mulher pós-menopausa)
Quais os grupos que têm maior risco de vir a ter a doença?
A maior parte dos casos da doença está associado ao avançar da idade e às mudanças hormonais, que acontecem principalmente nas mulheres após a menopausa, dada a redução dos níveis de estrogénio que provoca a redução da massa óssea.
A osteoporose pode afetar qualquer pessoa, mas estima-se que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens, após os 50 anos, irá sofrer uma fratura osteoporótica.
Quais são os principais sinais e sintomas da doença?
Numa fase inicial, a osteoporose é uma doença silenciosa e (quase) nunca chega a provocar sinais ou sintomas até, de facto, ocorrer uma fratura óssea.
No entanto, numa fase mais avançada, quando os ossos já estão mais frágeis/porosos, e geralmente após fratura, pode verificar-se:
- perda de altura
- postura curvada/aparecimento de corcunda
- dor nas costas
Quais são as complicações da osteoporose?
O enfraquecimento dos ossos, característico da osteoporose, está associado a consequências graves e incapacitantes como:
- fraturas osteoporóticas que podem provocar perda de autonomia
- dificuldade de suporte do corpo na coluna
- deformidades no corpo que causam dor crónica
- depressão
- morte
O que são fraturas osteoporóticas?
As fraturas osteoporóticas são fraturas que ocorrem devido à fragilidade do esqueleto de uma pessoa com osteoporose. Geralmente, são provocadas por pequenas quedas ou movimentos simples e ocorrem exatamente devido à fraca densidade dos ossos.
Quando ocorrem em determinadas zonas do corpo, como a anca ou a coluna, estas fraturas diminuem significativamente a qualidade de vida, pela perda de autonomia do doente e representam um risco aumentado de mortalidade, devido às complicações pós-fratura.
Quais são as fraturas mais comuns por osteoporose?
As fraturas mais comuns por osteoporose são:
- no pulso
- na anca/quadril
- no braço (úmero)
- nas vértebras da coluna
- nas costelas
É possível prevenir a osteoporose?
Em parte. Para prevenir a osteoporose e promover uma boa densidade mineral óssea e outras propriedades do osso, como a retenção de minerais nos ossos, é essencial garantir hábitos de vida saudáveis desde infância, nomeadamente:
- adotar uma alimentação saudável, com uma boa nutrição e garantia de níveis saudáveis de:
- cálcio, através da ingestão alimentos como leite, iogurtes, queijo
- vitamina D, através da exposição solar diária, cerca de 15 minutos
- praticar exercício físico regular
- evitar o consumo de bebidas alcoólicas e produtos de tabaco
Como é feito o diagnóstico da doença?
O diagnóstico da osteoporose envolve a história clínica completa do utente e a avaliação da presença de fatores de risco e de fraturas recentes.
Para além disso, pode ser necessário realizar os seguintes exames:
- densitometria óssea para medir a densidade mineral óssea
- radiografias para identificar pequenas fraturas que não provocam sintomas
- análises laboratoriais (para verificar níveis de fósforo, cálcio, entre outros)
A osteoporose tem cura?
Não. Neste momento, não existem tratamentos que revertam completamente a osteoporose. Contudo, existem formas de tratamento e de ajudar a evitar a progressão da doença.
Qual o tratamento indicado para esta doença?
O tratamento da osteoporose pode incluir:
- melhoria dos hábitos alimentares
- prática de exercício físico regular
- deixar de fumar (cessação tabágica)
- suplementos de cálcio e vitamina D
- medicação para o fortalecimento dos ossos