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Doenças infecciosas

O que é a leptospirose?

A leptospirose é uma doença infeciosa causada pela bactéria Leptospira. Este microrganismo está presente na urina ou fluídos de ratos, cães, e outros animais infetados, sendo a pele com lesões e mucosas expostas (olhos, nariz ou boca) as portas de entrada habituais da bactéria.

Parece ser uma das zoonoses (infeção transmitida ao homem através dos animais) mais frequentes no mundo. Os animais que transmitem podem não ter sintomas.

Quais são os sintomas da leptospirose?

A maioria das infeções pela bactéria da leptospirose não apresentam sintomas (assintomáticas) ou autolimitadas. Contudo, os principais sintomas incluem:

  • febre alta
  • dores de cabeça
  • dores musculares
  • calafrios
  • vómitos
  • dor abdominal
  • vermelhidão na pele
  • olhos vermelhos
  • olhos e pele amarela (icterícia)

Como se transmite a bactéria?

A transmissão da bactéria que provoca a leptospirose ocorre de animais para humanos (transmissão zoonótica), quando a bactéria entra no organismo pelas mucosas expostas do corpo (olhos, nariz e boca) ou cortes e feridas na pele.

A transmissão ocorre, através do contacto direto com:

  • urina ou fluídos de animais infetados
  • água ou solo contaminado pela bactéria da leptospirose
  • ingestão de comida ou água contaminada por animais infetados
  • mordedura de animal infetado (muito raramente)

Também pode haver transmissão humana, embora seja raro. Foram registados casos de transmissão da bactéria entre pessoas por contacto sexual e amamentação.

Qual é o período de incubação?

O período de incubação da bactéria varia de 2 a 30 dias (normalmente, 5 a 14 dias).

Quais são os fatores de risco?

A leptospirose é uma doença cujo risco de transmissão aumenta em determinadas circunstâncias:

  • risco climático:
    • climas tropicais
    • climas temperados
    • inundações e chuvas fortes
  • risco ocupacional, associado a trabalhadores que contactam com animais ou que trabalham no exterior, nomeadamente:
    • trabalhadores rurais
    • veterinários
    • mineiros
    • trabalhadores de matadouro
    • trabalhadores sanitários, principalmente de esgotos
  • atividades de risco:
    • atividades de lazer ou prática de desportos aquáticos em águas que não garantem tratamento sanitário, como fontes, lagos ou rios
    • atividades que podem causar pequenos ferimentos na pele e com exposição à água ou ao solo, como a jardinagem sem equipamento de proteção

O risco de contrair leptospirose é maior para as grávidas?

Sim. Se estiver grávida, a leptospirose pode provocar a morte do feto ou aborto espontâneo. Isto pode acontecer caso a bactéria passe para o feto através da placenta.

Os animais também podem ser infetados?

Sim. Os animais podem ser infetados da mesma forma que os humanos, através da urina e fluídos de animais infetados que entram em contacto com mucosas expostas do corpo ou feridas e cortes. Também pode haver contaminação dentro do útero ou durante o nascimento dos animais, principalmente nos pequenos roedores.

Os animais que habitualmente são hospedeiros da bactéria da leptospirose são:

  • roedores
  • cães
  • gado, como porcos, vacas, cavalos, etc.
  • animais selvagens como raposas e dos grupos dos anfíbios e répteis

Na presença de sintomas como a febre, o vómito, a diarreia, a dor abdominal, a recusa a comer, a rigidez corporal e a fraqueza, deve entrar em contacto com o veterinário. Geralmente os animais mais jovens são mais gravemente afetados que os mais velhos.

Quais são as complicações da leptospirose?

Os casos mais graves da doença podem provocar:

  • meningite
  • insuficiência renal
  • insuficiência hepática
  • dificuldade respiratória

Em casos mais graves pode mesmo provocar a morte.

A leptospirose pode deixar sequelas?

Em alguns casos, os doentes recuperam completamente. No entanto, outros só recuperam passados alguns meses ou anos e podem apresentar sequelas, nomeadamente:

  • fadiga crónica
  • dor de cabeça
  • perda de força ou paralisia de membros
  • depressão

É possível prevenir a doença?

As principais formas de prevenir a leptospirose envolvem evitar contacto com águas que possam estar contaminadas, com urina de animais e o contacto com animais potencialmente contaminados. Para além disso, é recomendado:

  • tratar e desinfetar bem as feridas e cortes na pele e proteger com pensos à prova de água
  • não andar descalço na rua
  • garantir condições sanitárias e assistência veterinária de animais
  • garantir controlo de pragas e manter uma boa higienização dos edifícios e instalações
  • manter o lixo em contentores fechados para impedir infestação por ratos
  • não beber água sem garantias de saneamento (limpeza)

Existe vacina para uso humano contra a leptospirose?

Não. Apenas existem vacinas contra a leptospirose para uso animal. Estas vacinas não fornecem proteção total porque há vários tipos de leptospiras. Mesmo que o animal já tenha tido leptospirose deve ser vacinado.

Como é feito o diagnóstico da leptospirose?

O diagnóstico desta infeção é feito através da identificação de sintomas sugestivos da doença e da confirmação laboratorial através de um teste PCR da bactéria no sangue e/ou urina.

Qual é o tratamento da leptospirose?

O tratamento para a leptospirose é, habitualmente, feito com a toma de medicamentos, via oral ou intravenosos (na veia).

Fonte: Direção-Geral da Saúde (DGS)

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