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Serviço Nacional de Saúde 24
Doenças infecciosas

O que é o vírus da hepatite B?

O vírus da hepatite B (VHB) é um vírus que provoca inflamação do fígado e que causa a hepatite B.

Este vírus transmite-se principalmente por via sexual, mas também através da partilha de agulhas e transmissão mãe-filho durante a gestação ou nascimento.  Num estado mais avançado, a infeção pode potenciar o desenvolvimento de doenças hepáticas graves, como a cirrose e cancro no fígado.

O vírus da hepatite B tem a capacidade de sobreviver fora do organismo por cerca de 7 dias, mantendo-se ativo neste período. No organismo encontra-se no sangue e em algumas secreções corporais (sémen, secreções vaginais e saliva).

O que é a hepatite B?

A hepatite B é uma doença infeciosa causada pelo vírus da hepatite B e que ataca o fígado, podendo causar doença aguda ou crónica.

A maior parte das vezes, a hepatite B é aguda e não precisa de nenhum tratamento específico, e o vírus acaba por ser eliminado pelo sistema imunitário. Cerca de 95% dos adultos saudáveis que são infetados com hepatite B recuperam e libertam-se do vírus ao final de algumas semanas, podendo ir até aos 6 meses.

No entanto, em cerca de 5% dos casos a hepatite B em adultos torna-se crónica.

Quais são os sintomas da hepatite aguda?

Muitas das pessoas infetadas pelo vírus da hepatite B não desenvolve qualquer sintoma na fase aguda da infeção. Quando presentes, os sintomas de infeção aguda podem ser:

  • febre
  • dor abdominal
  • fadiga
  • diminuição do apetite
  • náuseas
  • vómitos
  • icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos)
  • urina escura
  • fezes claras

No entanto, que a inexistência de sintomas não é sinónimo de controlo da infeção. Habitualmente, uma hepatite crónica pode provocar complicações de evolução silenciosa, mas potencialmente graves.

Como se transmite o vírus da hepatite B?

As principais vias de transmissão do vírus são:

  • via sexual: vaginal, anal e oral (forma de transmissão mais comum)
  • via parentérica:
    • partilha de agulhas/seringas contaminadas, tatuagens, acupuntura, piercings (se utilizado material não esterilizado)
    • partilha de escova dos dentes, lâminas de barbear, corta unhas ou outros utensílios de uso pessoal que possam conter sangue contaminado
    • transfusões sanguíneas e transplante de órgãos (vias raras de transmissão)
  • transmissão vertical (de mãe para filho): acontece durante ou imediatamente após o parto. A cesariana não impede a transmissão do vírus.

Apesar de o vírus já ter sido detetado na saliva, é pouco provável a transmissão através do beijo, a menos que existam feridas na boca.

Qual é o período de incubação do vírus?

O período de incubação do VHB pode variar entre 30 e 150 dias, após exposição ao vírus.

Quais são as principais complicações da infeção pelo vírus da hepatite B?

Nos casos mais graves, principalmente em pessoas com o sistema imunitário enfraquecido, pode ocorrer:

  • insuficiência hepática, ou seja, falência do funcionamento do fígado
  • cirrose
  • cancro do fígado
  • doença renal

Quais são os fatores de risco da infeção pelo vírus da hepatite B?

Existem alguns fatores que aumentam o risco de infeção pelo vírus da hepatite B:

  • ter múltiplos parceiros sexuais
  • relação sexual desprotegida
  • não estar vacinado contra a hepatite B

Como posso prevenir a doença?

A hepatite B é uma doença evitável e a principal forma de prevenção é a vacinação contra o vírus.

Os indivíduos infetados devem adotar medidas para diminuir o risco de transmissão da infeção, nomeadamente:

  • informar os parceiros sexuais sobre uma possível infeção
  • utilizar preservativo de forma correta e consistente em todas as relações sexuais
  • não partilhar agulhas, seringas, lâminas, escovas dos dentes ou outros utensílios de uso pessoal que possam ter sangue
  • proteger todos os cortes ou feridas com pensos

Os parceiros sexuais, familiares ou outros indivíduos que partilhem a mesma casa devem fazer o teste da hepatite B. Todos aqueles que estejam em risco devem ser vacinados.

Existe vacinação contra a hepatite B?

Sim. A vacinação contra a hepatite B é o elemento-chave da prevenção. As vacinas contra o vírus da hepatite B são seguras e apresentam uma eficácia de 98-100% na proteção da infeção.

Em Portugal, a vacina está integrada no Programa Nacional de Vacinação desde 1995. É recomendada a administração da:

  • 1ª dose logo após o nascimento ainda na maternidade/hospital
  • 2ª dose aos 2 meses de idade
  • 3ª dose aos 6 meses de idade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todas as crianças sejam vacinadas contra a hepatite B, idealmente nas primeiras 24 horas de vida. A eficácia desta vacina depende da administração de todas as doses recomendadas.

O que é a profilaxia pós-exposição?

A profilaxia pós-exposição é uma medida de emergência para prevenir a infeção por vírus da hepatite B após uma possível exposição ao vírus.

Em indivíduos não vacinados ou   sem imunidade contra a hepatite B, a administração da vacina, ou imunoglobulina endovenosa, contra a hepatite B, nas primeiras 12 a 24 horas após o possível contacto com um doente com o vírus, pode reduzir a transmissão. Em caso de exposição ao vírus deve procurar aconselhamento médico imediato.

Como é feito o diagnóstico da doença?

O diagnóstico da hepatite B é feito através da realização de exames ao sangue para detetar o antigénio e anticorpo e/ou o vírus da hepatite B.

Pode ainda ser indicada a realização de exames para avaliar o funcionamento do fígado.

O vírus pode ser detetado 1 a 9 semanas após o contacto e persiste no organismo por períodos variáveis.

Existe tratamento para a hepatite B?

A hepatite B aguda, habitualmente, não necessita de tratamento específico, recomendando-se cuidados de hidratação e repouso. Podem usar-se medicamentos (antivirais) em casos especiais. Na maioria dos casos, o sistema imunitário controla a infeção e consegue eliminar o vírus num período de cerca de 6 meses.

Na hepatite B crónica, o tratamento antiviral está muitas vezes recomendado, atingindo-se o controlo do vírus na grande maioria dos casos. Embora não cure a infeção, tem o potencial de reduzir a lesão do fígado, prevenindo complicações a longo prazo.

 

Fonte: Direção-Geral da Saúde (DGS)

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