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Serviço Nacional de Saúde 24
Exames e tratamentos

Quais os tratamentos disponíveis para substituição da função renal?

A doença renal crónica deve ser seguida em contexto de consulta quer pelo médico de família na fase inicial, ou pelo nefrologista na fase seguinte. Quando o doente apresenta perda grave da função do rim existem opções terapêuticas específicas.

Podem ser consideradas:

  • diálise em casa
  • dialise em centro de tratamento
  • transplante renal
  • tratamento conservador sem diálise

Como sei qual é a técnica mais adequada ao meu caso?

É necessário que tenha informação sobre todas estas opções e que de acordo com a sua condição médica; as possibilidades e limitações que cada um dos tratamentos implica; os seus valores; a disponibilidade da sua família próxima ou cuidador, possa realizar uma escolha informada baseada num processo partilhado.

O que é a diálise peritoneal?

A diálise peritoneal é uma técnica domiciliária, ou seja, que é realizada em casa. Para a sua realização é necessária a colocação de um cateter na barriga (abdómen) do doente. É através deste cateter que há entrada de uma solução líquida com uma composição específica, que vai estar em contacto com os vasos sanguíneos que se encontram no nosso filtro – a membrana peritoneal (uma membrana que reveste os órgãos no abdómen), e limpar o corpo das impurezas.

O doente vai aprender como fazer os passos do seu tratamento e após alguns dias de aprendizagem será capaz de realizar a técnica sozinho em casa e com a possibilidade de a fazer às horas que lhe for conveniente. Terá uma consulta regular com o seu médico a cada 1-2 meses.

O que é a hemodiálise?

A hemodiálise, consiste na limpeza do sangue por um filtro existente numa máquina, onde o sangue vai circular em períodos regulares, e em regra, fixos: 3 vezes por semana durante 4 horas. Este horário pode ser mais flexível e ajustado se o doente fizer hemodialise em casa ou tiver condições médicas que o permitam.

Para fazer hemodiálise é necessária uma fístula arteriovenosa, que permite a conexão direta entre uma artéria e uma veia do paciente, criando um acesso vascular para diálise. O acesso vascular permite que grande quantidade de sangue possa ser enviada para o filtro em pouco tempo o que não é possível com as nossa veias nativas.

Por vezes o doente pode ter de fazer hemodiálise por um cateter que se coloca numa veia para ter acesso ao sangue em circulação.

Esta técnica é efetuada em regra ou no hospital ou numa clínica de diálise, no entanto estão a ser desenvolvidos programas em que a hemodiálise poder ser ensinada ao doente, para ser feita em sua casa.

O que é o transplante renal?

O transplante renal é um tratamento que envolve a colocação cirúrgica de um rim de outra pessoa. O transplante renal pode ocorre com rim de dador vivo (um parente ou amigo saudável que possa e queira doar-lhe um dos seus rins) ou rim de dador falecido.

O transplante renal de dador vivo poderá permitir não necessitar de diálise e, havendo essa possibilidade, deve ser o tratamento de eleição, pois é aquele que se associa a uma maior sobrevida.

O transplante renal é a melhor opção, mas na ausência de um dador vivo, pode implicar um tempo de espera longo por um eventual dador falecido.

Para manter o transplante renal a funcionar o doente ficará medicado com medicação imunossupressora para que o sistema imune do organismo deixe de reconhecer o rim transplantado como algo estranho. Este tratamento tem riscos e benefícios que serão avaliados na unidade de transplante do hospital.

O que é o tratamento conservador?

O tratamento conservador médico (sem diálise) é a opção de tratamento para quando a pessoa decide que a diálise e o transplante não se adequam ao seu caso, tendo em conta os seus valores e opção de cuidados para o fim de vida. Na maior parte dos casos, são indivíduos já muito fragilizados, que não estão dispostos a passar por tratamentos complexos.

É também uma decisão partilhada entre o médico e o doente/ família nos casos em que se prevê que a diálise não permita ganhar tempo de vida com qualidade e dignidade.

Esta opção significa que o tratamento continuará a ser acompanhado por profissionais de saúde, recorrendo a medicação e a um regime alimentar especial para melhorar a qualidade de vida do doente.

Este tipo de tratamento – conservador médico (sem diálise) – não prevê prolongar artificialmente a esperança de vida quando os rins falharem completamente. No entanto, para um doente que esteja já bastante fragilizado, a sua esperança de vida com tratamento conservador médico (sem diálise) é semelhante à esperança de vida com diálise.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN)

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