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Serviço Nacional de Saúde 24
Saúde da criança

O que é um bebé prematuro?

Um bebé que nasce antes das 37 semanas é considerado um bebé prematuro ou pré-termo. Ou seja, a duração normal de uma gravidez oscila entre as 37 e as 42 semanas, sendo a data do parto calculada para as 40 semanas de gestação, o que significa que um bebé que nasce antes das 37 semanas de idade gestacional é considerado prematuro.

Como se carateriza um bebé prematuro?

Trata-se de um bebé extremamente vulnerável a determinadas doenças ou condições e mais sensível a fatores externos, como a temperatura ambiente, luz ou ruídos.

Dependendo da sua idade gestacional, que influencia o grau de imaturidade dos seus órgãos e sistemas, o bebé prematuro terá, assim:

  • caraterísticas físicas diferentes
  • maior ou menor risco de sofrer complicações
  • necessidade de diferentes tipos de cuidados e, por isso, serem uma das condicionantes de sobrevivência e/ou sequelas futuras

Quais as características físicas pode ter bebé prematuro?

No que se refere às características físicas possíveis de um bebé prematuro, destacam-se como principais:

  • tamanho pequeno
  • baixo peso pele fina, brilhante e rosada, por vezes coberta de uma penugem fina (lanugo)
  • veias mais visíveis sob a pele
  • orelhas finas e moles
  • cabeça com tamanho desproporcional (maior) em relação ao resto do corpo

Podem também ter alterações da adaptação à vida fora do útero como:

  • dificuldades alimentares
  • respiração irregular

Existe uma classificação para os bebés prematuros?

Sim. A idade gestacional e o peso do bebé determinam a classificação do nível de prematuridade em causa. Assim, os prematuros podem ser classificados, de acordo com a idade gestacional, como:

  • tardio– os nascidos entre as 34 e as 36 semanas e 6 dias
  • pré-termo moderado – os nascidos entre as 32 e 33 semanas
  • muito/grande pré-termo – os nascidos entre as 28 e as 32 semanas de vida
  • extremo pré-termo – se nascem antes das 28 semanas de idade gestacional. São estes os casos com problemas mais frequentes e mais graves

Podem ainda ser classificados de acordo com o peso ao nascer:

  • baixo peso: peso ao nascimento inferior a 2500g
  • muito baixo peso: peso ao nascimento inferior a 1500g
  • extremo baixo peso: peso ao nascimento inferior a 1000g

Que cuidados precisa um bebé prematuro?

Os bebés prematuros necessitam, num primeiro momento, de equipas diferenciadas e multidisciplinares, que incluem pediatras/neonatologistas, enfermeiros e, podem incluir outros profissionais de saúde como, psicólogos, terapeutas da fala, entre outros. Geralmente isto implica internamento em unidades diferenciadas- Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN).

Cada caso é único, com uma história clínica individual, no entanto, os cuidados proporcionados pelas unidades neonatais são estruturados para ajudar os bebés em algumas das funções essenciais, sempre que necessário:

  • temperatura corporal: são colocados numa incubadora, ou num berço aquecido, para ajudar a manter a sua temperatura corporal
  • respiração: colocado oxigénio ou suporte para a ventilação (como um ventilador ou aparelho pressão positiva) parar ajudá-los a respirar
  • alimentação: recebem o alimento através de um tubo que é colocado no narizinho ou numa veia

Qual é prognóstico de um bebé prematuro?

As possibilidades de sobrevivência de um bebé prematuro estão, em muito , dependentes da idade gestacional, do peso à nascença, do crescimento intrauterino e da existência de problemas de saúde aquando ou após o nascimento, como respiratórios, cardíacos, infeciosos, malformativos, etc..

O que é preciso para o bebé ter alta?

Há critérios que estão estabelecidos para determinar se um bebé prematuro pode receber alta, e têm de ser analisados individualmente.

De uma forma geral o bebé poderá ir para casa quando:

  • tiver estabilidade térmica, ou seja, já não precisar estar na incubadora ou numa fonte de calor
    estiver estável do ponto de vista respiratório. Respira ar ambiente e não necessitar de receber oxigénio
  • mamar bem, por mama ou biberão, ou seja, ter autonomia alimentar

Quando existe esta autonomia e os pais estão capacitados para uma alta segura, o bebé está preparado para ir para casa.

O que acontece depois da alta médica?

Após a alta, os bebés prematuros são orientados para a consulta médica, geralmente de pediatria ou neonatologia, onde é feito o acompanhamento do crescimento e dos marcos do neurodesenvolvimento.

O seguimento multidisciplinar da criança prematura pode englobar diferentes áreas como a Medicina Física e de Reabilitação, Neurodesenvolvimento, Oftalmologia, Nutrição, entre outras.

Quais são as principais causas da prematuridade?

Apesar de muitos dos partos prematuros terem causa desconhecida, há alguns fatores identificados que podem ser associados a esta condição:

  • idades extremas maternas, por exemplo, uma jovem adolescente abaixo dos 17 anos ou uma mulher acima dos 35 anos têm maior risco
  • intervalo curto entre gravidez
  • ter um parto prematuro anterior
  • quando a mãe tem uma infeção, por exemplo: infeção urinária, infeção ginecológica, infeção do líquido amniótico
  • existência de alguma doença materna, nomeadamente diabetes ou hipertensão arterial
  • restrições de crescimento fetal
  • procriação medicamente assistida
  • gravidez de dois ou mais fetos (gemelaridade)

Quais são as complicações mais frequentes associadas à prematuridade?

De uma forma geral, quanto maior a prematuridade, maior a imaturidade e maior a probabilidade de internamentos mais longos e de existirem complicações a vários níveis, de que podemos destacar:

  • digestiva: episódios frequentes de bolsar (regurgitação) o leite e dificuldade na coordenação da deglutição
  • imaturidade do sistema imunológico: baixos níveis de anticorpos. O uso de dispositivos invasivos no tratamento, como cateteres nos vasos sanguíneos e tubos para respiração (tubos endotraqueais), também aumenta o risco de desenvolvimento de infeções bacterianas graves
  • renal: função renal pode estar alteradas tendem a melhorar à medida que os rins amadurecem
  • respiratório: displasia broncopulmonar, um distúrbio pulmonar que resulta na necessidade de oxigénio e de ventilação mecânica; apneia, ou seja, pausas na respiração
  • olho: novos vasos a crescer na retina que pode levar a hemorragia ou edema da retina contribuindo para a complicação-retinopatia da prematuridade. O bebé prematuro também tem um risco maior de miopia e estrabismo
  • problemas cardíacos: persistência do canal arterial que, normalmente, encerra após o nascimento nas primeiras horas ou dias de vida, e que no caso dos prematuros se mantém mais tempo, podendo resultar numa sobrecarga de sangue nos pulmões
  • hemorragia cerebral: o recém-nascido muito prematuro corre um risco maior de hemorragia cerebral, pela imaturidade dos vasos e do fluxo sanguíneo cerebral

Em Portugal é frequente o nascimento de bebés prematuros?

No ano 2000 registaram-se 7.065 nados-vivos prematuros, tendo diminuído em 2001 para 6.346. Entre esse ano e 2008 verificam-se algumas oscilações, sendo em 2008 que se regista o número mais elevado de nados-vivos prematuros (9293), no período apresentado.

É no ano 2020 que o registo de nados-vivos prematuros é mais baixo (5771). No entanto, o número de nados-vivos prematuros voltou a aumentar em 2021, com mais 209 nados-vivos prematuros face ao ano anterior.

Em 2022, a percentagem de nados-vivos de baixo peso (peso inferior a 2 500 gramas) representava 8,5% do total de nascimentos com vida (8,4% em 2021), verificando-se proporções abaixo deste valor nas mães com idade entre os 25-29 anos (8,0%) e os 30-34 anos (8,3%).

Em 2022, registou-se um decréscimo da percentagem de nados-vivos prematuros (com menos de 37 semanas de gestação) para 7,4% (7,5% em 2021). As percentagens inferiores ao valor nacional verificaram-se apenas nas mães com idade entre os 25-29 anos (6,5%) e os 30-34 anos (6,9%).

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