O que é a diabetes gestacional?
A diabetes gestacional caracteriza-se pela elevação do açúcar (glucose) no sangue, na mulher grávida, e surge quando o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente para manter níveis normais de glucose no sangue.
Quais são os sintomas deste tipo de diabetes?
A maioria das grávidas com diabetes gestacional não têm sintomas específicos, contudo quando os há, os mais frequentes são:
- boca seca e aumento da sede
- necessidade de urinar mais frequente
- cansaço
Como é feito o diagnóstico?
Existem diferentes critérios de diagnóstico de diabetes gestacional, de acordo com as diferentes sociedades científicas.
Em Portugal, o diagnóstico é feito em duas fases, através de análises ao sangue:
- 1º trimestre de gravidez é feita uma pesquisa de glicemia em jejum
- 2º trimestre (24-28 semanas) – prova de tolerância à glucose oral
Quais são os principais fatores de risco para desenvolver diabetes gestacional?
Existem diferentes fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da diabetes gestacional, nomeadamente:
- idade materna superior a 25 anos
- obesidade/excesso de peso
- múltiplas gestações(multiparidade)
- história familiar de diabetes
- história de diabetes gestacional anterior
- ascendência afro‑americana, asiática, hispânica ou nativa americana
Existem consequências para a mãe e para o bebé?
A maioria das mulheres com diabetes gestacional têm gravidezes normais e bebés saudáveis, sendo que não se associa a diabetes gestacional a malformações. No entanto, quando as glicemias não são bem controladas durante a gravidez, podem ocorrer alguns problemas.
Assim as principais complicações são:
- bebés demasiado grandes, o que provoca dificuldade no trabalho de parto e aumenta a possibilidade de parto induzido ou cesariana
- excesso de líquido amniótico, que pode causar parto prematuro ou dificuldade no trabalho de parto
- parto prematuro (antes das 37 semanas)
- pré-eclampsia
- baixas de açúcar (hipoglicemias) no recém-nascido nas primeiras horas de vida
- pele e a parte branca dos olhos amareladas (icterícia) no recém-nascido
- risco aumentado de diabetes tipo 2 para a mãe e para o filho na idade adulta
Qual é o tratamento da diabetes gestacional?
Perante um diagnóstico de diabetes gestacional é primordial controlar os níveis de glucose, e isso implica que a grávida faça a avaliação diária da sua glicémia até ao final da gravidez, através do método de picar o dedo (punção capilar).
Para além disso, convém estabelecer um plano alimentar equilibrado, a prática de exercício físico diário, adaptado à sua gravidez e, se estas medidas não forem suficientes, o médico irá recomendar um tratamento farmacológico (insulina ou antidiabéticos orais).
A grávida deverá ter um acompanhamento mais frequente, idealmente por uma equipa multidisciplinar, nomeadamente, pelo seu obstetra, por um endocrinologista, por um nutricionista e por uma enfermeira especialista em saúde materna.
Todas estas mulheres deverão fazer uma prova de reclassificação, 6 a 8 semanas após o parto, que consiste novamente numa prova de tolerância à glicose oral.
Na maioria dos casos a mulher deixa de ter diabetes depois do parto. Contudo, pelo risco aumentado de recorrência desta situação numa gestação futura, ou de vir a desenvolver diabetes tipo 2, estas mulheres devem manter estilos de vida saudáveis e manter vigilância médica mais frequente.
Fonte: Direção-Geral da Saúde (DGS) – Programa Nacional para a Diabetes