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Vacinas

O que é uma vacina?

Uma vacina é uma preparação de antigénios (partículas estranhas ao organismo), que é administrada a um indivíduo, provocando uma resposta imunitária protetora específica de um ou mais agentes infecciosos.

Os antigénios das vacinas podem ser vírus ou bactérias inteiros, mortos ou atenuados, ou fragmentos desses microrganismos. O antigénio escolhido para uma vacina deve ser “imunogénico”, ou seja, deve desencadear uma reação imunitária e não provocar a doença.

As vacinas são consideradas medicamentos, mas apresentam várias diferenças assinaláveis relativamente aos medicamentos clássicos.

Como são produzidas as vacinas?

Os processos de produção das vacinas são diversos:

  • enfraquecimento do microrganismo através de culturas sucessivas (por exemplo a vacina contra o sarampo, rubéola e papeira)
  • extração das partes do microrganismo que desencadeiam a resposta imunitária (por exemplo a vacina contra a meningite C)
  • enfraquecimento da toxina que o microrganismo produz (por exemplo a vacina contra o tétano)

Em alguns casos podem ser incluídas numa mesma vacina mais do que um microrganismo (vacinas combinadas), como é o exemplo da vacina contra a difteria, tétano e tosse convulsa.

As vacinas são seguras?

Todas as vacinas autorizadas no mercado europeu têm um elevado grau de segurança, eficácia e qualidade, sendo ainda exigida uma certificação lote a lote antes da sua distribuição, após vários anos de experiência e milhões de vacinas administradas em todo o mundo.

Por isso, são raras ou muito raras as reações adversas graves comprovadamente associadas às vacinas, bem como as condições que constituem precauções ou contraindicações à vacinação. Todas as crianças e todos os adultos devem cumprir os esquemas de vacinação recomendados para a sua idade e o seu estado de saúde.

Como são autorizadas as vacinas?

Para uma vacina ser utilizada, é necessário um extenso processo, com diferentes fases ao longo de vários anos:

  • fase inicial: investigação em laboratório e em animais
  • fase de ensaio em humanos: duram normalmente vários anos e são constituídas por três etapas, em que, de acordo com os princípios éticos rigorosos, segurança e eficácia, as vacinas candidatas vão sendo progressivamente aplicadas a um maior número de pessoas
  • fase após a introdução da vacina na comunidade: vigilância estreita da eficácia a longo prazo e do eventual aparecimento de reações adversas

Porque me devo vacinar?

As vacinas salvam vidas. Antes da introdução da vacinação de rotina das crianças, as doenças infecciosas eram a principal causa de morte na infância, provocando também bastante sofrimento e incapacidade permanente.

A vacinação deve ser entendida como um direito e um dever dos cidadãos, participando ativamente na decisão de se vacinarem, com a consciência que estão a defender a sua saúde, a saúde pública e a praticar um ato de cidadania.

E se eu me recusar a ser vacinado?

As pessoas que recusem a vacinação, com todas ou alguma vacina incluída no Programa Nacional de Vacinação, deverão expressá-lo claramente, de preferência, por escrito, ficando a informação registada e arquivada na Unidade de Saúde.

Tenho direito à vacinação?

Sim. A vacinação é um direito básico de todos os cidadãos. Com a criação do Programa Nacional de Vacinação conseguiu-se atingir uma percentagem elevada de cidadãos vacinados contra as doenças alvo do programa, alcançando-se um controlo das doenças evitáveis pela vacinação, com uma enorme diminuição do número de mortos e de incapacidades.

As vacinas funcionam?

Sim. A vacina é a forma mais eficaz de prevenir doenças em todas as fases da vida. Elas defendem o organismo dos vírus e bactérias que provocam doenças, ou que podem mesmo levar à morte. Atualmente, devido ao sucesso dos programas de vacinação, a maioria das pessoas desconhece a gravidade das doenças evitáveis pela vacinação, não se apercebendo da importância e dos ganhos conferidos pelas vacinas.

Quando a pessoa é vacinada, o corpo deteta a substância e produz uma defesa, ou seja, é acionada uma resposta com formação de anticorpos. São esses anticorpos que permanecem no organismo e evitam que a doença ocorra no futuro ou se ocorrer diminuem a sua intensidade. Ou seja, a vacinação faz com que o sistema imunitário responda rápida e eficazmente a um contacto posterior com a doença.

Para além disso, a vacinação é custo-efetiva, ou seja, o seu custo compensa largamente os custos associados ao tratamento das doenças e das suas complicações (incluindo a morte).

O profissional que vacina tem a obrigação de esclarecer previamente, de forma clara, sobre as vacinas que vão ser administradas, explicando os benefícios da vacinação e potenciais reações adversas, bem como o risco da não vacinação, quando aplicável.

O que devo fazer se tiver uma reação aparentemente adversa?

As reações adversas possivelmente relacionadas com a vacinação devem ser notificadas ao Sistema Nacional de Farmacovigilância:

Em caso de dificuldades na submissão de uma notificação através do Portal RAM, poderá contactar o INFARMED, através do endereço de email: cimi@infarmed.pt, ou utilizando o telefone: (+351) 21 798 73 73.

A reação adversa também deve ser comunicada ao médico assistente e ao responsável pela vacinação.

Todas as pessoas têm direito à vacinação?

Sim. Todas as pessoas têm acesso à vacinação gratuita e segura: o Programa Nacional de Vacinação permite que todas as pessoas recebam as vacinas de acordo com a sua idade e em serviços de saúde competentes.

E as vacinas que não estão incluídas no Programa Nacional de Vacinação?

Sobre as vacinas que não estão incluídas no Programa Nacional de Vacinação aconselhe-se com o seu médico e enfermeiro de família.

O que devo fazer se tiver uma vacina em atraso?

Se por qualquer motivo houver atraso numa vacina, dirija-se ao seu centro de saúde para verificar se deverá fazer a vacina em falta, mesmo que já tenham sido ultrapassadas as idades ou datas recomendadas.

Deverá levar consigo sempre o Boletim Individual de Saúde (boletim de vacinas), de modo a ser registada a vacina administrada.

É possível antecipar ou encurtar os intervalos da vacinação?

Sim. Por razões epidemiológicas, clínicas ou para não perder oportunidades de vacinação, pode ser necessário antecipar a idade recomendada para a primeira dose e/ou encurtar os intervalos entre doses do esquema vacinal recomendado.

Excecionalmente, para algumas vacinas e em situações de elevado risco como, por exemplo, viagens ou existência de surtos, os esquemas recomendados podem ser alterados, recorrendo-se a “esquemas acelerados” que podem não cumprir a idade mínima para a primeira dose e/ou os intervalos mínimos entre doses.

Estas alterações requerem prescrição médica, incluindo a devida justificação.

Todas as crianças devem ser vacinadas?

Sim. Para se conseguir controlar uma doença é necessário que uma grande proporção de pessoas esteja vacinada. A eliminação do sarampo, por exemplo, requer que pelo menos 95% das pessoas estejam vacinadas. Cada pessoa não vacinada corre o risco de adoecer e aumenta o risco de transmitir a doença na comunidade.

As vacinas causam dor ao meu filho quando são administradas?

O incómodo causado pela injeção é habitualmente um desconforto momentâneo, que pode ser minorado distraindo a criança e evitando a demonstração de ansiedade durante a vacinação. Se o desconforto persistir, pode fazer-se uma ligeira massagem local ou aplicar um pouco de gelo, sem fazer pressão.

E na idade adulta, quais as vacinas que devem ser tomadas?

Na idade adulta recomendam-se as vacinas contra o tétano e difteria, dependendo do número de doses anteriores e da idade.

Além destas vacinas, recomenda-se que se não tiverem sido vacinados na infância ou se houver fatores de risco acrescido, as vacinas contra o sarampo, rubéola e a poliomielite.

Por que razão há pessoas que têm mais receio das vacinas do que das doenças que elas evitam?

As pessoas podem ter mais receio das vacinas do que das doenças porque nunca viram os efeitos e as suas consequências e não viveram situações de algumas décadas atrás, onde milhares de crianças e adultos morriam ou ficavam incapacitados por doenças como a varíola (entretanto erradicada pela vacinação), a difteria, tosse convulsa, poliomielite e o sarampo.

Que intervalo é necessário respeitar entre a administração de diferentes vacinas?

Os intervalos entre as doses de vacinas recomendados no Programa Nacional de Vacinação permitem a proteção contra o maior número de doenças o mais precocemente possível.

Ao fim de quanto tempo após levar uma vacina é que se fica protegido?

O tempo até se atingir a proteção contra a doença depende da vacina. Mesmo nas vacinas que necessitam de várias doses, após cada administração já poderá haver alguma proteção (incompleta), que surge geralmente 2 semanas, ou mais, após cada dose.

Para que serve a vacina contra a hepatite B?

A vacina VHB protege contra infeções causadas pelo vírus da hepatite B, que se transmite por:

  • via sexual (contacto com sémen)
  • contacto com o sangue ou fluidos da pessoa infetada (partilha de agulhas não esterilizadas ou contacto com sangue infetado)
  • de mãe para filho durante o parto ou no período perinatal (transmissão vertical)

Qual o risco de não fazer a vacina contra a hepatite B?

Na maioria das crianças, e em cerca de metade dos adultos, a infeção inicial não apresenta sintomas (assintomática). Quando infetados, as crianças e os jovens têm maior probabilidade de se tornarem portadores crónicos do vírus e de desenvolver doença hepática grave, incluindo cancro do fígado.

Para que serve a vacina contra infeções por Haemophilus influenzae b?

A vacina Hib protege contra infeções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae do serotipo b, que se encontra habitualmente na nasofaringe humana. Transmite-se de pessoa para pessoa através de gotículas de saliva, que se espalham no ar quando o doente espirra ou tosse.

Qual o risco de não fazer a vacina contra infeções por Haemophilus influenzae b?

A bactéria pode provocar doenças graves, como é o caso de:

  • pneumonia
  • bacteriemia
  • infeções na pele ou ossos
  • meningite
  • epiglotite

A meningite tem uma mortalidade elevada e frequentemente provoca atraso mental, cegueira ou surdez. Afeta sobretudo crianças com menos de 5 anos, que podem ser portadoras da bactéria sem manifestar sinais ou sintomas da doença. A infeção é rara após os 5 anos, pelo que a vacina só é dada até esta idade.

Uma criança que teve infeções por Haemophilus influenzae b fica protegida ou precisa de ser vacinada?

Uma criança que teve a doença com menos de 24 meses de idade e que recuperou, deve ser vacinada tão cedo quanto possível. Não é necessário vacinar as crianças que tenham tido esta doença com mais de 2 anos de idade, mas não há qualquer problema se a criança for vacinada.

A vacina DTPa protege-me de que infeções?

A vacina DTPa protege contra as infeções causadas pelas bactérias, ou toxinas produzidas por estas, do tétano (Clostridium tetani), difteria (Corynebacterium diphteriae) e tosse convulsa (Bordetella pertússis).

Em Portugal, quais as vacinas disponíveis contra o Streptococcus pneumoniae?

Estão disponíveis em Portugal dois tipos de vacinas contra a Streptococcus pneumoniae:

  • vacina conjugada contra infeções por Streptococcus pneumoniae de 13 serotipos (Pn13) – Prevenar 13®
  • vacina polissacárida contra infeções por Streptococcus pneumoniae de 23 serotipos (Pn23) – Pneumovax 23®

Para quem está recomendada a vacinação contra infeções por Streptococcus pneumoniae?

Segundo a norma da Direção-Geral da Saúde a vacina contra infeções por Streptococcus pneumoniae é recomendada para:

  • adultos maiores de 18 anos pertencentes a grupos de risco – gratuita
  • todos os adultos com idade igual ou superior a 65 anos (vacina Pneumovax 23® – Pn23 de 23 serotipos) – regime especial com comparticipação de 69%

Quais os grupos de risco para quem a vacina é gratuita?

A vacina Pn23 passa a ser gratuita para pessoas maiores de 18 anos pertencentes aos seguintes grupos de risco:

  • imunocompetentes:
    • insuficiência respiratória crónica
      • insuficiência respiratória crónica em programa de OLD (Oxigenoterapia de Longa Duração)
      • insuficiência respiratória crónica grave (Pa O2 <70mmHg) e FEV1 <50%
  • imunocomprometidos (ou risco acrescido de meningite bacteriana):
    • fístulas de LCR
    • implantes cocleares (candidatos e portadores)
    • asplenia e défice do complemento
      • asplenia anatómica ou funcional
      • hipoesplenismo
      • doença de células falciformes
      • outras hemoglobinopatias com disfunção esplénica
      • défice congénito do complemento
      • terapêutica com inibidores do complemento
    • imunodeficiências primárias
    • infeção por VIH, com linfócitos T CD4+<500 céls/mm3)
    • candidatos a transplante (na lista de espera ativa) e transplantados
      • células estaminais medulares ou periféricas
      • órgãos sólidos
    • doença neoplásica ativa
      • leucemias
      • linfomas
      • mieloma múltiplo
      • outros tumores malignos
    • síndrome nefrótica

Fonte: Direção-Geral de Saúde (DGS)

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